A editora Casarão do Verbo foi fundada em 2007, na cidade de Anajé, no Sudoeste da Bahia, terra de exímios contadores de histórias, a começar por Filoteus, esse quase nonagenário que aparece aí na foto narrando histórias inventadas e vividas.
A Casarão do Verbo publica ficção brasileira, estrangeira, quadrinhos, poesia e ensaios. Para explicar a decisão de fundar uma casa de livros em pleno interior da Bahia, recorremos a uma história.
Conta-se que dois representantes comerciais de uma fábrica de sapatos foram enviados a um país distante para sondarem o mercado de calçados. Ao chegarem lá, decidiram se separar. O primeiro deles, percebendo que todos os habitantes do lugar andavam descalços, logo enviou telegrama à matriz: abortem ideia de abrir fábrica neste país. Aqui ninguém usa sapatos. Por sua vez, o segundo representante, observando a mesma realidade, enviou a seguinte mensagem: encontrei o lugar perfeito para abrirmos uma filial da fábrica. Aqui ninguém usa sapatos!
Muitos nos disseram que a ideia de fundar uma editora longe do Rio de Janeiro e de São Paulo, embora louvável e importante, estava fadada ao fracasso. Porque aqui ninguém lê.
Nós entendemos o negócio editorial a partir da visão de que uma editora deve estar diretamente comprometida com a melhoria dos índices de leitura e com a formação intelectual de seus leitores. E que isso é caminho para uma vida plena e autônoma. Valorizar o livro e a leitura em todas as suas formas é a missão desta editora que nasce pequena, mas que trabalha com ideais visionários.
Aqui ninguém lê.
Se ninguém lê, é porque há mercado e também um admirável mundo novo a ser desbravado.